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40 anos do bronze: um exemplo de dedicação e maestria

Em ano olímpico, o ex-judoca Luiz Onmura recorda sua conquista histórica nos jogos de 1894, em Los Angeles

Foto: Luiz Onmura em sua primeira participação olímpica nos jogos de Moscou / Reprodução: Arquivo pessoal


Além de consolidar a luta do caminho percorrido por muitos atletas, a celebração de uma conquista olímpica inspira gerações e reaviva os valores transmitidos através do esporte.

Quatro décadas depois, Luiz Yoshio Onmura, ex-judoca e medalhista olímpico, fala sobre sua trajetória como atleta e sua participação nos jogos de verão de 1984, em Los Angeles, onde conquistou a primeira medalha olímpica na categoria leve (+70 Kg) para o Brasil.

1. Em 1984, você participou dos jogos olímpicos de Los Angeles e trouxe a medalha de bronze para o Brasil. Como funcionavam as seletivas naquela época?

Naquela época, mesmo se você ganhasse a seletiva, você não iria para a competição. As passagens eram pagas pelos atletas, então cada um tinha que se virar para pagar a sua. Mesmo ganhando uma seletiva em 85, me deixaram no Brasil por causa da falta de patrocínio e arcar do meu bolso era quase impossível, então muitas competições que eu poderia ter participado, eu não participei.


2. Depois de todos esses anos inserido no judô, qual a sensação de ver o Brasil chegando mais perto das conquistas olímpicas, como aconteceu em Tóquio, como os bronzes da Mayra Aguiar e do Daniel Cargnin?

Acredito que minha geração abriu portas para todos acreditarem que têm o potencial de chegar longe. Mas também vejo que não lembram mais da gente. A mídia só lembra em época de olimpíada, essas coisas assim. Acho que nós deveríamos conhecer a nossa própria história, conhecer o nosso país, nossos atletas, antes mesmo de olhar para os outros.


3. Continuando no mesmo assunto, como você analisa a modalidade e os atletas da nova geração?

Eu vejo que hoje é mais fácil chegar lá do que naquela época, os atletas não se sujeitam a passar o que eu já passei. Teve época que eu acabei dormindo no banheiro do aeroporto por ser o local mais quente que tinha, os quartos de hotel só eram reservados a partir do dia da competição e não quando os atletas chegavam, era muito mais difícil.


4. Depois de 40 anos da sua medalha, uma conquista histórica para o nosso país, que tipo de conselho você daria para essa nova sucessão de judocas?

Nós temos chances. Hoje os atletas tem tudo, tem psicólogo, um técnico, preparador físico e isso também ajuda bastante. Na minha época infelizmente não tinha nada disso, acredito que nesse ponto, o judô ta perdendo muito, eles precisam buscar os valores do esportes, a gente procurava isso, seguia os valores a risca sempre. O judô não é só luta, mas sim uma preparação para a pessoa para enfrentar situações futuras, é um caminho para conseguir se adaptar na sociedade. O judô derruba, cai muito, assim como na vida, né? Todo mundo cai. Mas o judô é isso, é uma superação para levantar a cabeça e prosseguir, é esse o caminho que a gente espera dentro do esporte. E sobre a medalha, eu agradeço muito por me darem a oportunidade de contar sobre a minha carreira e falar sobre a minha conquista, são 40 anos e às vezes a mídia nem lembra de mim, mas é muito gratificante, muito mesmo.


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