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A conquista pelo pódio: mulheres lutam por mais espaço e menos machismo no automobilismo

Mesmo que as mulheres estejam inseridas no automobilismo desde a década de 50, elas ainda enfrentam a dura realidade do machismo no esporte e seguem lutando para conseguir espaço


Por: Samira Domingues


Maria Filipps, primeira mulher a pilotar um carro de Fórmula 1

O primeiro registro do automobilismo aconteceu na França, pela revista Le Petit Journal. A primeira corrida oficial de Fórmula 1 aconteceu em 13 de maio de 1950, no circuito de Silverstone, na Inglaterra. Já a primeira mulher a estrear no automobilismo foi Maria Teresa de Filippis, em 1958, no Grande Prêmio da Bélgica da Fórmula 1. O machismo ganhou presença quando ela foi proibida de correr no Grande Prêmio da França, no mesmo ano. Toto Roche, diretor de provas da Fórmula 1 daquela época, declarou em uma coletiva de imprensa que ‘’ uma jovem tão bonita como aquela não deveria usar nenhum capacete a não ser o secador de cabelo’’. No ano seguinte, Maria abandonou as pistas.


O cenário do automobilismo é caracterizado por homens tanto nas pistas como fora delas. A predominância masculina está presente no esporte quando se fala de chefes de equipes, engenheiros, mecânicos, fiscais de pista e até mesmo no jornalismo. A presença feminina no automobilismo é uma realidade, mas as mulheres precisam lutar para conseguir um espaço no esporte que, por muitos anos, é considerado machista e sexista.


Barbara Rodrigues é a primeira mulher a comandar uma equipe na StockCar / Foto: Arquivo Pessoal

Barbara Rodrigues, conhecida por Babi, é a primeira mulher a comandar uma equipe no automobilismo. A mesma precisou assumir a Hot Car New Generation, equipe que compete na Stock Car, após seu pai falecer em 2020. Mesmo tendo contato próximo com a equipe desde 2018, Babi conta que enfrentou desafios quando ingressou como chefe.



Em seu primeiro ano como chefe de equipe, Babi conta que sofreu preconceito por um conhecido que também trabalha com automobilismo. Segundo ela, o colega falou que ela não estava apta para ler o número do motor, já que é uma mulher.



Babi conta que sempre esteve segura sobre a sua posição e suas tarefas e que a forma como as mulheres se impõem no ambiente de trabalho diz mais do que qualquer coisa.



Bia Martins é a única mulher nordestina no Campeonato Brasileiro de Kart/ Foto: Arquivo Pessoal

Por outro lado, Bia Martins, Piloto de Kart, conta que não teve receio em seguir carreira no automobilismo, pois sua família já estava inserida no esporte. Martins também conta que se apegou a pessoas que torciam a favor dela, mesmo existindo pessoas que duvidaram da capacidade dela. “Todo começo sempre vai ter alguém duvidando, isso é fato. Mas a quantidade de pessoas que apoia e torce a favor é maior do que as que descredibilizam’’. Por fim, Bia acrescenta que está muito feliz por ter chegado no lugar onde está e que ainda tem muitos sonhos relacionados ao automobilismo para tirar do papel.

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