A tragédia que assola o Rio Grande do Sul (RS) não é novidade, dados revelam que a crise já estava prevista.
Foto: Ricardo Stuckert/GOVERNO FEDERAL.
Em 29 de abril, o que deveria ser uma segunda-feira comum no Rio Grande do Sul se transformou em um pesadelo para a população. As precipitações causaram danos graves a cerca de 1,4 milhões de pessoas, de acordo com o governo do estado. Além disso, estima-se 100 vítimas de inundações e danos significativos, como a escassez de água e a perda de imóveis e bens materiais. Entretanto, em 2023, as inundações afetaram diversas localidades no estado do Rio Grande do Sul e, até o momento, não foram tomadas medidas apropriadas.
Em 2019, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, alterou cerca de 480 regras do Código Ambiental, o que demonstra um retrocesso nas políticas ambientais. Em 2023, o estado gaúcho sofreu com o aumento das tempestades, atingindo cidades como Roca Sales e Muçum, que foram atingidas três vezes ao longo do ano, totalizando 69 mortes e mais de 700 mil pessoas atingidas em seis meses.
O Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Prevenção de Desastres Naturais) divulgou uma nota sobre o assunto. “Podemos afirmar que os desastres gerados por chuvas intensas são consequência de atividades humanas. Construções em áreas com risco de inundações, que já foram inundadas em setembro de 2023, voltaram a ser inundadas novamente em maio de 2024; porém, com maior número de fatalidades”, completa o órgão.
Mesmo depois dos acidentes, as autoridades do estado não se propuseram a evitar que a situação acontecesse novamente. A capital do RS, Porto Alegre, segundo dados, não investiu nenhum valor em prevenção a enchentes. Conforme diz o CEMADEN, “A falta de resiliência de Porto Alegre frente aos extremos de clima e mudanças climáticas foi detectada em 2023”Conforme o Portal da transparência, os gastos com enchentes nos últimos três anos, foram:
2021 - R$ 1.788.882,48 (R$ 1,7 milhão)
2022 - R$ 141.921,72 (R$ 141 mil)
2023 - R$ 0
COMO A SITUAÇÃO ESTÁ ATUALMENTE E DOAÇÕES
As enchentes no Rio Grande do Sul deixaram um rastro devastador em mais de 425 cidades do estado, impactando diretamente a vida de 1,476 milhão de pessoas. Com 107 mortos, 136 desaparecidos e estimativa de 232,1 mil desabrigados, a situação é de desamparo e desespero para muitos.
A cidade com mais de 40 mil habitantes, Eldorado do Sul, apresenta um cenário de completa destruição, com casas, postos de gasolina e lojas submersas pelo Rio Jacuí. Os relatos de quem vivenciou a tragédia são angustiantes, evidenciando a urgência de auxílio e solidariedade.
A mobilização da sociedade e de instituições para prestar assistência tem sido intensa, com diversas iniciativas de doações em dinheiro, alimentos e outros recursos para auxiliar as vítimas que estão chegando em pontos de ajuda.
Além das doações feitas por órgãos oficiais, como o Governo do Rio Grande do Sul e a Prefeitura de Porto Alegre, muitas pessoas têm se engajado em campanhas de solidariedade. Artistas têm contribuído com doações, e vaquinhas online estão sendo organizadas para arrecadar fundos e suprimentos. O trabalho de reconstrução e assistência é essencial para trazer esperança e iniciar o processo de recuperação dessas comunidades afetadas.
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