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Fut. Feminino: A importância do jornalismo independente

Que o jornalismo independente e o futebol feminino são extremamente desvalorizados no Brasil, isso nós sabemos. Mas qual a importância de um para o outro?


Por Gustavo Fortes, Heloisa Trindade, Isabella França e Pedro Staaks

Matéria feita no dia 22/05/2023



Atletas do Corithians celebrando - Foto: Gustavo Fortes


Historicamente, os direitos de transmissão dos esportes são comprados pelos grandes veículos de mídia. No entanto, essa concentração de poder excessiva, causa uma cobertura insatisfatória para a maioria dos esportes, entre eles, o futebol feminino.

Anteriormente víamos emissoras com foco quase total no futebol masculino. Hoje, com o crescimento do jornalismo independente, temos acesso à informação ao futebol feminino por outros meios além dos gigantes da comunicação. Nesse sentido, enquanto a cobertura tradicional muitas vezes se limita aos jogos e times de maior expressão, o jornalismo independente busca oferecer uma visão mais detalhada e abrangente da modalidade, destacando clubes emergentes e jogadoras que merecem maior visibilidade.

Para Camila Barbosa, social media do Meu Timão e administradora do União Corinthians Feminino no Instagram, esses grandes veículos são importantes pois alcançam uma audiência maior e acabam por divulgar a modalidade ao grande

público. No entanto, ao fazer transmissões focadas no lado comercial do esporte, acabam por fazer uma cobertura rasa e superficial do mesmo.


“A cobertura feita pela grande mídia é importante pois, de fato, eles possuem um alcance ‘mil vezes’ maior do que o da mídia independente. Porém, como é o caso desse ano, a Globo comprou os direitos de transmissão do Brasileirão e transmitem somente os jogos ‘grandes’ (no caso, no SporTV, nem na TV

aberta é). Já os jogos de menor expressão, ou de times que acabaram de subir para a elite do futebol feminino, ficam sem transmissão e sem ser mencionados e divulgados, ou seja, são clubes que precisam desse apoio para melhorar suas condições e atletas, mas, não conseguem nem fazer a transmissão por conta própria, como é o caso do Avaí Kindermann.”


Nesse caso citado, o Avaí Kindermann era o encarregado de realizar a transmissão da partida contra o líder do campeonato, Corinthians, no dia 20 de maio, jogo válido pela décima segunda rodada do Campeonato Brasileiro. No entanto, por problemas técnicos, a produtora contratada pelo clube para fazer a transmissão anunciou de

última hora que não conseguiria transmitir o jogo. E a partida do líder do campeonato não foi transmitida em lugar nenhum.


“O jornalismo independente é a parte mais importante no Futebol Feminino, pois, se levarmos em consideração os últimos meses, os grandes portais com os direitos de imagem das transmissão dos campeonatos, fazem bancadas para discutir o futebol feminino e muitas das vezes colocam profissionais incapacitados para falar sobre o assunto, pois só conhecem o nome do time ou o time masculino e querem opinar sobre o futebol feminino. O que acaba desmerecendo muitos times incríveis e de grande história. No jornalismo independente, se arrisca quem quer, quem gosta e quem entende da área. E se não entende, pelo menos assume isso e busca estar aprendendo, sem prejudicar a reputação de nenhum time.” - Afirmou.


O futebol feminino vem ganhando cada vez mais público no Brasil. A consequência desse crescimento é a cobrança do público, cada vez mais crítico e esperando por conteúdos mais profundos e especializados do esporte. Veja o aumento no número de pesquisas relacionadas ao Campeonato Brasileiro Feminino nos últimos 5 anos no Brasil;





Nesse sentido, o jornalismo independente desempenha um papel fundamental no fortalecimento do futebol feminino, preenchendo lacunas deixadas pela concentração de poder dos grandes veículos de mídia. Ainda segundo Camila Barbosa, embora enfrentem obstáculos, como a falta de recursos financeiros e dificuldades logísticas, esses veículos independentes persistem em seu compromisso de fornecer uma cobertura comprometida e dedicada, contribuindo para o crescimento e a valorização contínua do futebol feminino no Brasil.


“A maioria dos jogos são em datas muito próximas, às vezes não tem transmissão, às vezes é cedo demais ou tarde demais, em dias de horário de pico. É sempre complicado chegar até um jogo e, por não ter apoio financeiro dos times que cubro, fica cada vez mais difícil ir até o jogo em questão.” - Completou.


Assim, o jornalismo independente desempenha um papel crucial na promoção e desenvolvimento do futebol feminino, contribuindo para sua visibilidade e valorização no cenário esportivo brasileiro. E com a crescente de público, esses portais só tendem a crescer e ganhar mais visibilidade.



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