Governo de SP inicia remoção de moradores do Morro do Moinho
- Ivan Gabriel e Vinicius Americano
- há 16 horas
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Moradores da última comunidade da região central começaram a se retirar da área na manhã desta terça-feira (22); previsão de entrega para os conjuntos habitacionais é 2027

O Governo do Estado de São Paulo deu início, nesta terça-feira (22), ao projeto de remoção de mais de 900 famílias da favela do Moinho, a última remanescente da região central da cidade. A ideia é demolir as moradias e transformar a área em um parque. Desde 15 de abril, moradores do local protestam contra a demolição de suas casas.
A comunidade está localizada na fronteira dos bairros Bom Retiro e Campos Elíseos, região visada pela especulação imobiliária. Em entrevista concedida ao jornal Brasil de Fato, lideranças da associação de moradores, dizem que foram ofertadas apenas 100 moradias na região central, sendo imóveis que têm de 25 a 33 metros quadrados. Outra alternativa oferecida pelo Estado aos demais moradores, é o auxílio aluguel de R$800, custeado 50% pelo Governo Estadual e 50% pela Prefeitura.
“A gente quer exigir a gratuidade porque a gente tem esse direito. São quatro gerações dentro da favela. Minha avó é daqui, minha mãe é daqui, eu sou daqui, minhas filhas também nasceram aqui, vão fazer sete anos. Eles estão exterminando histórias. Não há dinheiro no mundo que pague esse apagamento” - Yara, integrante da associação de moradores, em entrevista ao Brasil de Fato
Das mais de 900 famílias que serão afetadas pela demolição, apenas 444 delas possuem um imóvel com destino definido. Assegurado pela constituição de 1988, o direito à moradia é competência da União, dos estados e municípios. Conforme a constituição aponta, a eles cabe: "Promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico". As outras unidades habitacionais, as quais serão destinadas aos moradores do Moinho, não foram finalizadas até o momento. A previsão de entrega é para 2027.
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