A decisão parte do posicionamento do governo federal, que declara não aceitar qualquer tipo de assédio nas estruturas públicas
Por Júlia Bleichevel e Luma Venâncio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou, nesta segunda (9), a deputada estadual Macaé Evaristo (PT-MG) para chefiar a pasta de Direitos Humanos e Cidadania. O anúncio foi feito pelas redes sociais do petista e decidido em reunião no Palácio da Alvorada. Macaé preenche o cargo depois da demissão do então ministro Silvio Almeida, acusado de assédio sexual na última semana.
As denúncias contra Silvio foram confirmadas na quinta-feira (5) pela Me Too Brasil, organização sem fins lucrativos voltada para o combate ao assédio e agressão sexual. Uma das vítimas é a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco, enquanto as outras mulheres optaram pelo anonimato. O ex-ministro nega todas as acusações.
Prima da escritora Conceição Evaristo, Macaé atuou no governo Dilma Rousseff (PT) e foi a primeira mulher negra a ocupar cargos na Secretaria Municipal de Belo Horizonte. Sua carreira política é marcada pela atenção à educação e pautas raciais, coordenando a implantação de Escolas Indígenas e cotas para estudantes de escolas públicas, negros e indígenas no ensino superior.
Em declaração veiculada pela Agência Brasil, a atual ministra afirmou que “o presidente Lula conhece o meu trabalho e a grande questão dele é que a gente possa fortalecer as políticas desse ministério, que são muito importantes para o conjunto da sociedade. E, quanto às denúncias, é muito importante que os responsáveis façam as apurações devidas e é isso que a gente está aqui encaminhando”.
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