Mudanças climáticas acentua crise ambiental no Brasil
- Anna Celli e Pedro Hengler
- 28 de ago. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de set. de 2024
Secas prolongadas, queimadas e enchentes têm agravado a degradação ambiental no Brasil

As queimadas atingiram proporções alarmantes, superando as registradas em anos anteriores. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o número de focos de incêndio aumentou significativamente em 2024, ameaçando a biodiversidade das regiões afetadas e causando prejuízos irreparáveis aos ecossistemas locais. O Brasil lidera o ranking anual de focos de incêndio no Pantanal, com 115.944 focos registrados até 28 de agosto de 2024, sendo 6.001 deles nas últimas 48 horas.
Desde o último domingo (25), a Terra Indígena Kadiwéu foi atingida pelas queimadas. A área abriga indígenas de três povos: Kadiwéu, Kinikinau e Terena. Ao todo, 1.697 indígenas vivem na área, que tem 539 mil hectares. O impacto também pode ser medido pela morte de animais selvagens, incluindo espécies ameaçadas de extinção, que cientistas têm trabalhado por décadas para proteger. "Estamos vendo a biodiversidade do Pantanal desaparecer em cinzas", disse Gustavo Figueirôa, biólogo da ONG SOS Pantanal, em entrevista ao O Globo.
A Amazônia enfrenta uma queda acentuada no volume dos rios, resultado de um ciclo prolongado de secas e da diminuição das chuvas. Segundo o INPE, o registro de incêndios na região durante os sete primeiros meses de 2024 já é o maior para o mesmo período desde 2005. O Rio Negro, um dos principais afluentes do Rio Amazonas, atingiu níveis historicamente baixos, marcando 13,59 centímetros, superando a seca mais extrema registrada na capital amazonense até hoje. Isso afeta diretamente a vida das comunidades ribeirinhas e a navegação na região.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS - A intensificação de eventos extremos, como ondas de calor, tempestades e enchentes, também tem sido uma característica das mudanças climáticas no Brasil. Recentemente, no Rio Grande do Sul, no final de abril de 2024, 425 das 497 cidades gaúchas foram atingidas por uma tragédia climática, resultando em aproximadamente 83 mortes, 28 pessoas desaparecidas, 6.000 desabrigados e danos materiais e psicológicos significativos.
Comments