Os 'exterminadores' da democracia
- Aine Rodrigues e Isabel Andrade
- 26 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
Tentativa de manter Jair Bolsonaro no poder mesmo com a derrota nas eleições de 2022

No dia 21 de novembro de 2024, a PF (Polícia Federal) entregou um inquérito ao STF (Supremo Tribunal Federal) que investigava a tentativa de golpe de Estado em 2022 . O plano arquitetado envolveu tentativas de descredibilizar o sistema eleitoral, mobilizar as Forças Armadas contra o resultado da eleição e até o assassinato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB) e do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.
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Entre os principais indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu candidato a vice Braga Netto, o general da reserva e ex-secretário executivo da Secretaria Geral da Presidência, Mário Fernandes, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o presidente do PL Valdemar Costa Neto e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem. Eles são acusados de coordenar núcleos que planejaram ações antidemocráticas para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.

"Como foi em 64", orientou Fernandes
No domingo (24), o Fantástico divulgou gravações que revelam conversas entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, e Mário Fernandes, general apontado como articulador do plano golpista, além de outros militares de alta patente.
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Em conversa com Cid, Fernandes disse que conversou com Bolsonaro sobre o prazo para colocar em prática uma “ação”. A data de 12 de dezembro, para o general, “não seria uma restrição” e que a ação poderia acontecer até 31 de dezembro.
“Durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação [do presidente Lula], não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo”, disse Fernandes a Cid.
Fernandes sugere que as eleições presidenciais de 2022 haviam sido fraudadas e falou em clamor popular, “como foi em 64”, para adesão das Forças Armadas ao golpe de Estado.
“Tá na cara que houve fraude. Tá na cara, não dá mais pra gente aguentar [...]. E outra coisa, nem que seja pra divulgar e inflamar a massa. Pra que ela se mantenha nas ruas, e, aí sim, talvez seja isso que o alto comando, que a defesa quer. O clamor popular, como foi em 64”, declarou Fernandes a Luiz Eduardo Ramos.
Saiba mais: G1
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