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Letramento político: Um clamor pelo fortalecimento da representatividade feminina na política

Atualizado: 27 de out. de 2022

"Estudar é um ato político tão potente quanto o voto"


Por: Andressa Barbosa



Em uma retrospectiva histórica, a população feminina foi excluída de inúmeras tomadas de decisão, tanto no âmbito político-social quanto dentro de sua própria casa. Não é à toa que, durante muitos anos, as mulheres eram designadas a uma única tarefa dentro da sociedade: cuidar do lar. Enquanto isso, as atividades dos homens era colocar comida na mesa, eleger líderes políticos e fazer escolhas que marcavam o curso da história brasileira.


É por isso que, no cenário brasileiro, questões sobre o gênero feminino raramente foram pautadas em debates políticos. Casos como a legalização do aborto, a distribuição gratuita de absorventes mentruais e o aumento da licença maternidade - temas que referem-se às mulheres e somente elas - jamais foram considerados relevantes o suficiente para se tornar projeto de lei no Congresso Nacional. No entanto, com o passar dos anos, a presença da mulher cresceu de forma significativa dentro dos cargos políticos, o que trouxe certa luz a esses debates - apesar de ainda não ser o suficiente.

Segundo o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2019, as mulheres correspondem a 51,8% da população brasileira, enquanto os homens representam 48,2%. Na política, por sua vez, elas ocupam somente 34,8% de todas as cadeiras governamentais - e os índices de violência política também não param de crescer.


Essa - mera - presença em cargos públicos já representa um avanço considerável para o público feminino quando se encara, em retrospecto, o papel da mulher na sociedade brasileira.


Retrospecto histórico da mulher na política


Em 23 de janeiro de 1532 aconteceu a primeira votação eleitoral da história do Brasil para eleição do Conselho Municipal de São Vicente. À época, apenas homens brancos, da alta classe social eram autorizados a participar da vida pública. Somente quatrocentos anos depois, em 24 de fevereiro de 1932, com a oficialização do decreto n. 21.076, do então presidente Getúlio Vargas, que as mulheres brasileiras puderam exercer, pela primeira vez, o direito de votar ao lado de um cidadão comum.


Com a conquista do voto, o próximo passo é a ascensão a cargos na política. Com isso em mente, as eleições dos anos de 2018 e 2020 bateram recordes de participações femininas, tendo, respectivamente, 290 e 658 mulheres eleitas, superando todos os números de eleições anteriores e aumentando a igualdade de gênero na política.


Essa ascensão eleitoral, porém, caminha a passos largos e precisa atravessar inúmeras pedras no caminho - inclusive relacionadas a casos de perseguição e execução de importantes representantes mulheres em cargos públicos. É o caso da ex-vereadora da cidade do Rio de Janeiro, Marielle Franco: mulher, negra e membro da comunidade LGBTQIA+, foi assassinada ao deixar um evento político. Importante representante das minorias brasileiras, Marielle se tornou uma referência de pessoa pública e política.


A importância do letramento político


Para que as mulheres continuem a ocupar importantes cargos políticos e tornem reais as mudanças que a sociedade precisa, é imprescindível expandir o debate para além dos congressos e câmaras, excedendo as redes sociais para alcançar escolas, comunidades e pessoas carentes. Isso trar


ia um conhecimento valioso que somente o letramento político de qualidade é capaz de fazer. Estudar, afinal, é um ato político tão potente quanto o voto.



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