Após gerar debates sobre a veracidade, a família da artista confirmou a autenticidade depois de uma perícia
Por: Guilherme Anéas e Maju Costa
Na última semana, uma obra inédita de Tarsila do Amaral, uma das maiores artistas do modernismo brasileiro, foi reconhecida como autêntica pela família da pintora, quase 100 anos após sua criação. Datada de 1925, a tela gerou debate entre especialistas após ser apresentada na feira SPArte, em São Paulo, em abril, devido a dúvidas sobre sua veracidade. O estudo para comprovar a autoria de Tarsila na obra, envolveu exames físico-químicos, luz ultravioleta e escaneamento por infravermelho em uma perícia contratada pela Tarsila S/A, organização dedicada à preservação do trabalho da artista.
Depois da autenticidade comprovada, outras dúvidas foram levantadas sobre a quem pertencia a obra. O quadro era do libanês Mikael Abouij Naid, que o adquiriu diretamente de Tarsila em 1951 como presente de casamento. Após a morte da esposa, na década de 1970, Mikael levou a obra de volta ao Líbano e, com o seu falecimento em 2023, seu filho trouxe a pintura de volta ao Brasil.
Paola Montenegro, sobrinha-bisneta de Tarsila e principal gestora da Tarsila S/A, expressou sua felicidade com o reconhecimento e revelou a esperança de exibir a obra em um museu. A família reconhece que a pintura faz parte da primeira fase da artista, chamada Pau Brasil, em que Tarsila retratou paisagens brasileiras, urbanas e rurais.
CARREIRA - Tarsila do Amaral é responsável por grandes obras como "A Negra" (1923) e "Abaporu" (1928), além de ser amplamente reconhecida dentro e fora do país, como uma das figuras mais importantes da história da arte brasileira, se mostrando cada vez mais presente dentro do imaginário e da cultura nacional, tendo suas obras e histórias de vida expostas em museus, exposições e peças teatrais ao longo dos anos.
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