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Ondas de extremo calor afetam São Paulo durante o inverno

Atualizado: 27 de set. de 2024

Oscilações de temperatura impactam a rotina dos paulistanos e despertam preocupação sobre as possíveis causas climáticas 

Pedestres enfrentam calor extremo na região central da cidade de São Paulo. | Reprodução BBC News Brasil

Nos últimos dias, a cidade de São Paulo enfrenta variações drásticas de temperatura, com dias de calor intenso seguidos por quedas bruscas nos termômetros. Em pleno inverno, essa instabilidade climática chama a atenção tanto da população quanto dos especialistas em meteorologia. Nesta semana, a capital paulista registrou máximas superiores a 30°C com ar seco, mas, em menos de 24 horas, os termômetros caíram para a casa dos 15°C. 

Durante a primeira quinzena de setembro, segundo o Climatempo, a previsão é de que os termômetros registrem temperaturas máximas entre 40°C e 45°C. A próxima onda de frio deve avançar por São Paulo. "A primeira forte frente fria do novo mês deve avançar apenas a partir do dia 19 de setembro, começando a movimentar um pouco a atmosfera e trazendo um ar mais frio, reduzindo o calor em alguns Estados", aponta Climatempo

Essas variações causam transtornos à população, afetando desde a saúde cardiovascular e respiratória  até o planejamento diário de trabalho e lazer. De acordo com o pesquisador Lincoln Muniz Alves, da Divisão de Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) , essas oscilações podem ser resultado de “uma combinação de fatores climáticos, como a passagem de frentes frias e massas de ar frio, especialmente durante o inverno”.

Lincoln afirma que o que estamos observando é um fenômeno de bloqueio atmosférico, o qual impede a chegada de frentes frias, resultando em ondas de calor e uma persistência de dias secos consecutivos. As mudanças climáticas globais também podem estar desempenhando um papel, agravando a intensidade e a frequência e magnitude desses eventos.

Além das mudanças bruscas de temperatura trazerem preocupações sobre o meio ambiente e desconforto para os moradores, também reforçam possíveis impactos para a saúde pública. Lincoln alerta que essas oscilações podem aumentar os casos de doenças cardiovasculares ou respiratórias como resfriados, gripe, asma e agravar condições como hipertensão e problemas respiratórios. “A vulnerabilidade a esses efeitos é maior em populações mais frágeis, resultando em mais internações hospitalares e sobrecarga do sistema de saúde durante períodos de variações climáticas abruptas”, diz o pesquisador. 

Diante de uma situação tão complexa, algumas medidas podem ser adotadas pela população e pelo Estado em termos de políticas públicas para mitigar os impactos ambientais dessas alterações no clima. “Políticas de urbanização sustentável, como incentivo a construções mais eficientes em termos de energia, telhados verdes e utilização de materiais menos absorventes de calor”, reforça o especialista. Para ele, a educação da população ajuda a conscientizar sobre práticas para enfrentar as mudanças, como o uso eficiente de energia e água. “Planos de adaptação climática específicos para áreas urbanas, que levem em consideração a vulnerabilidade da população e medidas de resiliência”, conclui. 





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